Leishmaniose
Esta
semana vamos falar da leishmaniose, uma doença infecciosa, porém, não
contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se
multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do
indivíduo, chamadas macrófagos. Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose
tegumentar ou cutânea e leishmaniose visceral ou calazar. A leishmaniose
tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior
frequência nas partes descobertas do corpo.
Tardiamente, podem surgir feridas nas
mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida
como “ferida brava”; não exige o sacrifício de animais infectados pela doença.
A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois acomete vários órgãos
internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de
leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos; após esta idade,
se torna menos frequente. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns
meses ou até ultrapassar o período de um ano.
Transmissão
A transmissão é feita por insetos, os mais comuns são: mosquito-palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa branca,
asa dura e palhinha. O mosquito-palha ou asa branca é mais encontrado em
lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.
É o inseto que transmite a doença de um
animal para outro, sendo uma doença que afeta principalmente cães, mas também outros animais
como ratos, gatos e humanos (principalmente crianças com desnutrição, idosos
imunossuprimidos e, atualmente, pessoas com AIDS).
Uma duvida muito frequente, mais que fique claro isso é que Não se pega leishmaniose de cães e outros
animais, apenas pela picada do inseto que estiver infectado. O cão é apenas
mais um hospedeiro da leishmaniose visceral.
Sintomas
Os sintomas são variáveis. O cão pode
apresentar emagrecimento, perda de pelos, gânglios inchados, fraqueza, feridas,
crescimento exagerado das unhas, lesão de pele ulcerada, blefarite e anemia.
Também há sintomas nos órgãos internos, como crescimento do fígado e outras
alterações. Entretanto, esses sintomas são comuns em outras doenças bem menos
graves; assim, se seu cão apresentar esses sintomas não quer dizer que o mesmo
está com leishmaniose. O diagnóstico preciso só pode ser feito por um médico
veterinário, que combinará exames de sangue com exames clínicos.
Prevenção
O verdadeiro transmissor da doença – o
mosquito-palha – gosta de lugares com matéria orgânica, então sempre mantenha
quintal e canis limpos e telados. Esse inseto é de hábito noturno, então evite
passeios nos horários de crepúsculo e aconselha-se que coloque seus cães para
dormir em lugares telados e use coleiras ou líquidos repelentes para ajudar na
proteção. Um dos métodos que tem tido mais sucesso é a coleira repelente,
justamente para evitar a picada do inseto; a coleira é uma importante arma
contra a doença. Além disso, existe vacina para leishmaniose. Ela previne que
80 a 95% dos cães se infectem com leishmania pela picada do inseto.
A
vacina já está disponível em vários lugares do país. Hoje se tem no mercado a
Leishmune, da Fort Dodge e a Leishtec, da Hertape Calier.
Existe
uma boa parcela da classe veterinária que ainda não conhece o tratamento e a
prevenção da leishmaniose, entretanto, a falta de conhecimento deles não pode
impedir o público de tratar de seus cães. Procure veterinários especializados
em infectologia. é preciso ter-se claro é que tanto os humanos como os animais
infectados, mesmo tratados, serão portadores do parasita o restante de suas
vidas e deverão ser mantidos sob rígido controle, assim deverão ter contínuo
acompanhamento do médico veterinário, com a realização de exames laboratoriais
periódicos, para verificar se o animal realmente mantém-se não infectante e
saudável.
Tratamento
A Leishmaniose Visceral Canina tem tratamento, este tratamento pode ser feito
utilizando diferentes drogas e as drogas para o tratamento são muito baratas e podem ser, inclusive, manipuladas em
farmácias. O tratamento da Leishmaniose Visceral Canina exige compromisso tanto
do Médico Veterinário como do proprietário e este tratamento não é proibido.
O que está proibido no Tratamento da Leishmaniose Visceral Canina é o uso de
Medicamentos da linha humana, mas mesmo esta proibição de uso de Medicamentos
para o tratamento está sendo questionada
judicialmente pois uma Portaria Ministerial não tem competência legal para
proibir um tratamento de Leishmaniose Visceral Canina. Somente a Lei, em sentido
estrito, pode impedir o tratamento.
Nos
tratamentos cujos resultados são apresentados a seguir, foram utilizadas as
seguintes drogas: Alopurinol, Cetoconazol, Levamizol, Vitamina A, Zinco,
Aspartato de L-arginina e Prednisona. Nunca utilizamos Glucantime ou
Anfotericina B em nossos tratamentos. Toda medicação é realizada na casa do
proprietário, ministrada através de comprimidos ou cápsulas.
A Leishmaniose
Visceral Canina (LVC) é uma doença infecciosa não contagiosa, é uma doença totalmente tratável
e curável clinicamente, mas como a grande maioria de doenças causadas por
protozoários o portador geralmente não obtém a cura parasitológica, assim no
cão como no ser humano.
A
Organização Mundial de Saúde não recomenda a eutanásia como método de controle
da LVC.
Porém, o Ministério da Saúde ainda indica e usa a eutanásia
como método de controle, como uma forma mais fácil e rápida no controle da
doença, a despeito de países de 1º mundo, como Espanha, França, Itália e
Alemanha tratarem seus animais regularmente. A Constituição Federal do
Brasil garante ao proprietário que o mesmo não é obrigado a sacrificar o seu
cão, pois é sua propriedade, e se o Poder Público o fizer, poderá ser acionado
por crime de Abuso de Autoridade e ainda responder por danos materiais e morais,
se assim o desejar o proprietário.
Fotos colhidas em http://www.fielamigo.com.br/trata/index.html
Como faço a posologia?
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