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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Equoterapia


   
      Nesta semana abordaremos um tema muito importante para as pessoas com deficiência ou portadoras de necessidades especiais.

       A Equoterapia vem proporcionar para seus praticantes um novo modo de vida, na maioria dos casos com grandes conquistas e avanços psicossociais. Esta modalidade tem o primeiro registro em 1901 na Inglaterra, onde foi fundado o primeiro hospital ortopédico do mundo em função da guerra dos Boers na África do Sul. Pelo numero de feridos ser expressivo, uma dama inglesa, patronesse daquele hospital, resolveu levar os seus cavalos para lá, a fim de quebrar a monotonia do tratamento dos mutilados e este é o primeiro registro de uma atividade equestre com pacientes com deficiência motora. No Brasil, esse recurso terapêutico só foi valorizada tardiamente no ano de 1989, na granja do torto, em brasília e em 1999 foi realizado o primeiro congresso nacional de equoterapia.
      Resumidamente, a equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais, utilizando o cavalos como promotor de ganhos físicos, psicológicos e educacionais. Pela necessidade da interação do corpo inteiro, esta atividade contribui muito para o desenvolvimento, o movimento rítmico e preciso do cavalo, que ao caminhar e se desloca para frete e para trás, para os lados e para cima e para baixo, pode ser comparado com a ação da pelve humana no andar, permitindo a todo instante entradas sensoriais em forma de propriocepção profunda, estimulações vestibular, olfativa, visual e auditiva, assim ativando o desenvolvimento da força, flexibilidade, relaxamento, tônus muscular e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. O cavalo provoca um deslocamento do centro gravitacional do paciente, desenvolvendo o equilíbrio, a normalização do tônus, controle postural, coordenação, redução de espasmos, respiração e informações proprioceptivas, estimulando não apenas o funcionamento de ângulos articulares, como o de músculos e circulação sanguínea. A importância do primeiro contato com o cavalo e o ato de montar, desenvolvem novas formas de socialização, autoconfiança e auto-estima.
      As atividades equoterapêuticas tendem obter mais sucesso e são mais aproveitadas, quando ha um número de profissionais maior envolvidos. Hoje a grupos com profissionais da saúde, educação e equitação que dão este suporte, envolvendo fonoaudióloga, fisioterapeuta, psicóloga, terapeuta ocupacional, psicopedagoga, professor de educação física, assistente social, instrutor de equitação, zootecnista, auxiliar guia e tratador, todos estes com um simples propósito, o avanço e a melhora dos pacientes.
Sendo dividido em quatro momentos fundamentais:


a) Hipoterapia - o cavalo como instrumento cinesioterapêutico. O cavalo se torna um instrumento dotado de ritmo, oscilação e corpo. Encontramos dois níveis de atuação: deficiente em situação apodal, quadrípede e bípede, ou ainda, psicoses graves, insuficiência mental e distúrbios relacionais.

b) Reeducação equestre - é a fase em que o cavalo é tido como instrumento pedagógico. Utiliza-se da arte equestre, com fins pedagógicos objetivando pacientes que já possuem alguma autonomia. Seu objetivo é a capacidade de conduzir o cavalo, adotando recursos pedagógicos como reforço visando os conceitos educativos.

c) Pré-esporte – o cavalo como promotor da realidade social. Atividade na qual os praticantes trabalham individualmente ou em grupos, com o objetivo de organizar o espaço e o tempo e para preparar-se para a sua inserção na sociedade. Nesta fase são ensinados o trote e o galope.

d) Esporte - o cavalo como promotor da inserção social. Onde o praticante é inserido (ou reinserido) na sociedade, esta fase promove a socialização e uma melhora na estruturação da personalidade. Assim, os jovens podem ter acesso a vários esportes equestres e participarem de diversas modalidades. Atualmente, existe o Hipismo Adaptado, forma de esporte para as pessoas portadoras de necessidade especiais, no qual participam praticantes de todo o Brasil.

      As sessões de equoterapia podem ser realizadas em grupos, porém o acompanhamento e planejamento deve ser individualizado, para que se tenha a evolução do trabalho e avaliar os resultados obtidos, deve haver registros periódicos e sistemáticos das atividades desenvolvidas com os pacientes.
Finalizando a equoterapia então é um dos raros métodos ou talvez o único, que permite que o praticante vivencie tantos acontecimentos ao mesmo tempo, onde as ações, reações e informações são tão numerosas.
O cavalo a séculos vem mostrando o seu potencial, quando falamos da interação com o homem e o meio em que vive, junto com o cão, o cavalo, vem sendo o melhor amigo do homem e prova mais uma vez que é capaz de quebrar barreiras para a melhoria e qualidade de vida de todos nós.




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